Secretaria de Desenvolvimento Rural divulga impactos do último Ciclone Extratropical que atingiu o Estado
Fenômeno ocorreu nos dias 12 e 13 de Julho
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A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) divulgou, nesta quarta-feira (26/7), o relatório elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) sobre os efeitos de mais um ciclone extratropical que atuou no Estado há duas semanas.
As condições climáticas adversas afetaram 26 municípios, 496 localidades e 16.948 propriedades. O volume de chuvas variou de 70 a 150 mm e houve também rajadas de vento próximas a 100 km/h, que causaram destruição em estruturas, instalações, florestas de eucalipto e algumas plantações. O granizo afetou principalmente lavouras de trigo, ainda em estágios iniciais de desenvolvimento, com a probabilidade de danos limitados a pequenas áreas, como erosão em lavouras recém-implantadas.
Segundo a Emater, as regiões administrativas da entidade impactadas pela ação do ciclone foram Ijuí, Pelotas, Porto Alegre e Santa Rosa.
Ijuí: Campo Novo, Crissiumal, Humaitá, Joia e Sede Nova.
Pelotas: Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçu, Herval, Morro Redondo, Pelotas, Piratini, Rio Grande, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Turuçu.
Porto Alegre: Caraá, Cristal, Dom Pedro de Alcântara, Morrinhos do Sul, Porto Alegre, Três Cachoeiras e Três Forquilhas.
Santa Rosa: Horizontina e Nova Candelária.
A produção primária foi afetada em diversas culturas, com maior abrangência em trigo. No geral, 259 produtores tiveram suas plantações prejudicadas. A fruticultura também sofreu impactos, especialmente nas culturas de banana, bergamota, laranja e morango, com 758 produtores afetados pelas perdas. Os danos também se estenderam à produção de hortigranjeiros, onde houve perdas significativas em culturas, como alface, beterraba, brássicas (couve, repolho, brócolis, couve-flor), cebola, rúcula e abobrinha. Um total de 231 produtores foi prejudicado nessas culturas.
O abastecimento de água potável para 3.163 famílias foi afetado e a interrupção prolongada do fornecimento de energia elétrica, principalmente na região sul do Estado, com duração superior a 10 dias, agravou os prejuízos enfrentados pelas famílias.
O ciclone provocou diversas malfeitorias à infraestrutura dos municípios. Cerca de 63 quilômetros de estradas vicinais foram afetados e 1.603 comunidades enfrentaram problemas de escoamento da produção. Ao todo, 661 produtores tiveram suas construções e instalações afetadas, já que o evento meteorológico resultou em significativos danos a residências, galpões, armazéns, silos, estufas, açudes e pocilgas.
O evento climático causou também danos significativos ao setor agropecuário e de reflorestamento. Animais foram perdidos, incluindo bovinos, suínos, peixes e colmeias perdidas, atingindo 61 produtores. A cadeia do leite também foi prejudicada, sendo que uma produção total 758.115,00 litros não foi coletada, afetando 556 unidades.
Os dados coletados foram processados por meio do Sistema de Levantamento de Perdas (Sisperdas), permitindo uma análise precisa dos impactos causados pelo evento climático. Essa abordagem facilitará o planejamento de ações de recuperação e assistência direcionadas às comunidades afetadas, visando a rápida restauração das atividades agrícolas e pecuárias e a minimização dos prejuízos causados aos produtores rurais.